Em 2011 com o pedido de resgate (pelo PS) foi negociado e aceite (pelo PS) um memorando de entendimento que incluía a medida «3.44. Reorganizar a estrutura da administração local. Existem actualmente 308 municípios e 4.259 freguesias. Até Julho 2012...»
Pressionados pelos aparelhos do PSD e CDS, o governo não conseguiu mexer nas câmaras, mantendo o absurdo de 117 câmaras em concelhos com menos de 10 mil habitantes. Mas fê-lo nas freguesias reduzindo o seu número para 3.091.
Vem agora o governo socialista do Dr. Costa, pela boca da ministra da Modernização do Estado, fazer o Estado recuar 10 anos com a criação de 600 freguesias.
É nisto que consistem as "reformas" socialistas e o seu racional é muito simples: fazer a freguesia eleitoral feliz aumentando o número de lugares disponíveis para colocar alguns milhares de apparatchiks. Cada nova freguesia dará entre 9 a 19 lugares na assembleia de freguesia e entre 1 a 7 lugares na junta de freguesia. Se a média das novas freguesias andar pelos 15 novos lugares, o PS oferecerá 9 mil novos lugares para apparatchiks.
Sem surpresa, os comunistas aproveitaram a boleia e apresentaram uma das suas facturas para se absterem na votação do OE 2021: querem mais 100 mil funcionários públicos em quatro anos e 25 mil já em 2021. O governo PSD-CDS reduziu 70 mil funcionários entre 2011 e 2015 e passou 660 mil ao PS que, mesmo sem ultimatos do PCP, os aumentou para 700 mil em 2019 e 705 mil em Junho deste ano, mais 15 mil em 12 meses. Imagine-se esses batalhões propostos pelos comunistas em cima de todo este exército de utentes da vaca marsupial pública. Ficará um exército eleitoral imbatível da esquerdalhada, a ser pago com o resultado da mineração do guito europeu em que o PS se está a especializar.
Actualizando:
No passado dia 28 o governo do Dr. Costa apresentou ao parlamento a proposta de Lei 68/XIV em que
define o regime jurídico de criação, modificação e extinção de freguesias da qual resultará se aprovada (já tem garantido os votos do PS e do PCP) que podem ser criadas freguesias com um mínimo de 900 eleitores e no interior (que inclui mais de 200 freguesias) com um mínimo de 300 eleitores. Talvez convenha saber que das 3.091 freguesias existentes cerca de três quartos têm menos de mil residentes e a média desta últimas é cerca de 445.
Nada de novo, portanto.
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