Recordam-se da falta de oxigénio num hospital de Manaus, uma prefeitura do Estado da Amazonas no Brasil, um escândalo mediático à pala da qual jornalistas de causas e opinion dealers se babaram de indignação em telejornais e em páginas de jornais?
A notícia deu dezenas de peças nos mídia portugueses e teve títulos como:
- Bolsonaro resiste à falta de oxigénio
- Manaus sem oxigénio é espelho do negacionismo bolsonarista
- Covid-19. Brasileiros protestam nas grandes cidades contra Bolsonaro
- Infetados com Covid-19 morrem à espera de oxigénio em hospital na Amazónia
- Covid-19. Venezuela envia oxigénio para os hospitais de Manaus
Da amostra destaco a última peça que alude à ajuda do chávismo que governa um país onde falta tudo desde a comida até ao petróleo (maiores reservas mundiais), passando pela água (rio Orinoco, o quarto maior caudal do mundo).
Uma semana depois, no hospital Amadora-Sintra deu-se «um colapso na rede de oxigénio», imediatamente reduzido pela administração do hospital a um soporífero «conjunto de constrangimentos na rede de fornecimento de oxigénio medicinal», que obrigou à transferência de dezenas de doentes para outros hospitais.
Se esse colapso ou conjunto de constrangimentos tivesse ocorrido durante a vigência da parceria-público privada com o grupo Mello, cuja gestão fez do hospital um case study com indicadores de qualidade e de custos muito melhores do que os dos hospitais de gestão pública, teríamos certamente ondas de indignação contra os "privados", como tivemos ondas de celebração quando foi cancelado o contrato de PPP. Em vez de ondas de indignação com alusões ao Dr. Costa e à Dr.ª Temido, tivemos notícias inócuas e tranquilizadoras, tais como:
- Sobrecarga na rede de oxigénio do Hospital Amadora-Sintra obriga a transferir doentes
- Governo garante que não houve "falha de oxigénio" no Hospital Amadora-Sintra e explica o que se passou
- REDE DE OXIGÉNIO DO AMADORA-SINTRA EM SOBRECARGA. DOENTES TRANSFERIDOS PARA SANTA MARIA
- Regularizada situação de débito de oxigénio no Hospital Amadora-Sintra
- Rede de oxigénio do hospital Amadora-Sintra estabilizada.
Simplesmente nojento
ResponderEliminar.
Mas não esqueçamos : trata-se de "prostitutas" pagas a 15 milhões...
Foi por algum motivo — estúpido, claro — que se anunciou que o depósito (tanque) de oxigénio tinha sido substituído... Inté devia estar cheio da gás; foi uma trabalheira.
ResponderEliminarAbraço.