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Em retrospectiva: Teixeira dos Santos, co-autor com José Sócrates do desastre da nacionalização de um banco que valia 2% do mercado, ainda em 2012, decorridos 4 anos da sua decisão fatídica, justificava a inevitabilidade da decisão porque não custaria nada e a falência do BNP, segundo ele, levaria à quebra do PIB em 4%.
Recordemos ainda que a nacionalização do BPN foi entusiasticamente apoiada pelo Berloque na pessoa do seu Querido Líder Louçã, agora semi-aposentado, o que não impediu sete anos depois a sua sucessora Querida Líder Catarina Martins dizer com grande descaro que o Novo Banco «é cada vez mais o novo buraco (...) e cada vez lembra mais o BPN».
De vez em quando, são tornadas públicas estimativas de quanto já custou e de quanto ainda vai custar a nacionalização do BPN. Nesta altura, estou a imaginar-vos a perguntar: quanto já custou? estimativas? Então as contas não são do passado e as estimativas para futuro? Sim, respondo, num país normal; num país que não sofresse da maldição da tabuada. Em Portugal fazem-se estimativas para o passado e palpites para o futuro.
Fast forward: segundo a aritmética do
Tribunal de Contas no parecer à Conta Geral do Estado, o BPN custou aos contribuintes «
4,9 mil milhões de euros entre 2011 e 2018» e no final deste último ano «
as garantias prestadas pelo Estado às sociedades veículo do ex-BPN totalizavam 1.377 milhões», significando 6,2 mil milhões de euros de perdas estão garantidas.
Não falando do Animal Feroz que é um caso patológico, se Teixeira dos Santos tivesse um pingo de vergonha, por esta e por muitas outras razões, teria recusado ser
condecorado em 2015 ou, pelo menos, deveria fazer como o conde do poema de O'Neill «
que cora ao ser condecorado».
Actualização:
«
Tribunal de Contas estima em 6.200 milhões de euros o custo do BPN para o Estado desde que o banco foi nacionalizado em 2008. A conta ainda não está fechada, mas já dá uma ideia do valor final.» (
Observador)
Sendo o PIB de 2009, ano em que foi nacionalizado o BPN, de 175 mil milhões (base 2016) os 4% que segundo Teixeira dos Santos custaria a falência corresponderiam a 7 mil milhões. Ora como o custo da nacionalização já vai em 6,2 mil milhões and counting, poderemos dizer que a nacionalização é uma espécie de falência que nunca acaba.
Moral da estória que não tem moral, como diz o lema de estimação do (Im)pertinências: O socialismo não acaba enquanto não acabar o dinheiro dos contribuintes dos países frugais.
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