18/04/2020

O coronavírus no agitprop do Novo Império do Meio (5) - Estatísticas de causas, a tradição ainda é a mesma coisa (II)

Continuação de outros posts.

Em retrospectiva, o que se passa na China em matéria de dados estatísticos é apenas uma reedição com sabor local do comportamento das autoridades dos Estados que fizeram parte do Império Soviético. A China, apesar de ter abandonado o comunismo, substituindo por um capitalismo do Partido Comunista, manteve e refinou a tradição de tratar a estatística como a arte de torturar os números até que eles confessem. E eles, os dados e os traidores ao Partido, acabam sempre por confessar.

Os indícios de falsificação dos dados relativos à pandemia Covid-19 pelo governo chinês eram cada vez mais fortes e as acusações que começaram pelo presidente americano foram prontamente descartadas pelo jornalismo de causas que não consegue abster-se de reacções pavlovianas a seja o que for que Trump diga, o que devido às suas constantes contradições mostra da parte dos jornalistas de causas algum talento para conseguirem estar contra duas coisas contraditórias.

Até que as autoridades locais de Wuhan reconheceram publicamente que cometeram um erro cuja correcção aumentou em 50% a mortalidade. Não sei se há alguém neste mundo, para além dos 90 milhões de membros do PCC, que acredite num erro de contagem desta magnitude.

Pela minha parte classificaria este discrepância não como um erro mas como o resultado da primeira contagem ter sido segundo os métodos próprios das estatísticas de causas.

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