«Portugal precisa de aprender a gostar de si próprio», é este o título e a conclusão de um artigo no Jornal Económico de Filipe Alves, um jornalista habitualmente lúcido e realista, mas não neste caso.
Peço licença para discordar porque observo nas muitas pessoas pertencentes a várias "bolhas" sociais com quem interagi e interajo que a grande maioria se sente perfeitamente confortável com o Portugal dos Pequeninos onde vivemos e uma parte significativa dessa maioria acha até que, em todos os aspectos considerados relevantes, o Portugal dos Pequeninos está acima da estranja em geral. Entre parêntesis, é claro que o problema está no que é considerado relevante, mas isso dava outro post.
Dentro dessa maioria, destaco a maior parte das elites que, talvez para não se sentirem diminuídos (quem é que quer ser elite de uma choldra?), também dizem achar o mesmo do que a plebe. Leia-se, por exemplo, a produção dos jornalistas de causas, quase sempre laudatória do país - vejam-se os posts da série Outros portugueses no topo do mundo. E nem falo de S. Exª. o presidente do Portugal dos Pequeninos e das suas boutades acerca dos melhores militares do mundo e dos melhores do mundo em geral.
É claro que convivendo (mal) com essa maioria existe uma minoria de «queirozianos» «excessivamente» críticos a que se refere o artigo, entre os quais poderia ser incluído, apesar de não me considerar queiroziano por me faltar o cinismo e o diletantismo.
Não interessa agora quem tem razão, se a maioria contente e feliz com o que temos se os críticos. O meu ponto é outro: Portugal, isto é maioria dos portugueses, não precisa nada de aprender a gostar de si próprio porque já gosta tanto que não quer mudar.
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