... que ao alertar para os riscos da aproximação do salário mínimo ao salário médio tem razão. Porém, tem razão por más razões porque, não percebendo que os salários têm de ser uma consequência da produtividade, conclui que a solução está em aumentar todos os salários. A não ser que já tivéssemos chegado à sociedade comunista na qual, segundo o modelo soviético com que o camarada se identifica, os salários mais altos serão iguais aos mais baixos, com excepção dos dignitários do partido. O que, aliás, não é um problema porque nas prateleiras vazias não haverá como gastar os salários em electrodomésticos e dispositivos electrónicos que só podem encontrar-se nas datchas dos dignitários do partido.
E, de caminho, também pode explicar ao camarada Jerónimo que não há almoços grátis e, por isso, da garantia mínima de dez anos para electrodomésticos e dispositivos electrónicos resultaria inevitavelmente um aumento do seu custo. A não ser que já tivéssemos chegado à sociedade comunista na qual, segundo o modelo soviético com que o camarada se identifica, tais bens só estariam acessíveis nas datchas dos dignitários do partido e, nesse caso com garantia vitalícia.
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