Para prosseguir a igualdade, o socialismo democrático usa em doses variadas o Estado Social como instrumento das suas políticas. As doses variadas vão desde a dose mínima da social-democracia nórdica até à dose máxima do socialismo mediterrânico, nomeadamente do luso-socialismo encarnado no Partido Socialista.
Por outro lado, a sociedade portuguesa segundo o modelo 5-D de Geert Hofstede, frequentemente citado no (Im)pertinências (aqui, por exemplo), é entre as muitas estudados por ele uma das menos individualistas ou, por outras palavras, uma das mais colectivistas em todo o mundo. É uma sociedade em que assume um papel primordial a pertença ao grupo, ao clã, seja a família, o clube, o partido, grupo do qual o indivíduo depende emocionalmente e com o qual se identifica e no qual se apoia e a que é fiel. Daí a forte tendência para a endogamia nas universidades, nas empresas, nos partidos e o nepotismo, como especialidade do colectivismo.
E assim chegamos ao Partido Socialista com a sua tendência para fazer crescer o Estado, a pretexto das suas políticas, e a sua tendência para o ocupar com gente pertencente ao clã socialista e, sempre que possível, ao clã familiar ou ao pequeno círculo de amizades baseadas na cumplicidade.
Já a partir dos anos 60 ou 70, jean François Revel, nos muitos livros que publicou e nos artigos que escreveu no « Le Point », demonstrava a incompatibilidade de liberdade com igualdade, em política. Tal como defendia que o maior privilégio dos políticos era a irresponsabilidade. Como foi um intelectual de direita, a intelectualidade jornalística e académica esqueceu-o completamente.
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