16/09/2019

ARTIGO DEFUNTO: Desta vez foi demasiado, até para os padrões do semanário de reverência

O enviesamento do Expresso à esquerda em geral, com um foco especial no PS, é bastante visível em qualquer altura e, durante as campanhas eleitorais, sobretudo na campanha em curso, atinge proporções escandalosas a merecer ao semanário de reverência o epíteto de Acção Socialista que aqui em casa lhe costumamos atribuir.

Na edição deste fim de semana, a primeira página é um apelo aos eleitores hesitantes do PS («PS à beira da maioria teme desmobilização» e a página 8 do Caderno Principal é um must com uma peça titulada: «Costa esmaga Rio em toda a linha». Algumas páginas adiante, encontramos um par delas dedicadas ao Bloco (*) ilustradas com quatro fotos de Catarina Martins, cuidadosamente photoshopadas, uma delas a ocupar mais de meia página e a "notícia" de que fazem parte tem uma chamada de 1.ª página com mais uma foto da líder berloquista. Mais à frente, outra promoção do PS a pretexto do tema Educação com o título «PS promete tablets gratuitos» (um título a lembrar os tempos de Sócrates) .

Também no Caderno de Economia o tom geral é apologético-promocional com mais uma página inteira dedicada a um secretário de Estado cuja principal missão é promover a criação de mais alguns níveis na burocracia do Estado Sucial para alojar uns milhares de fregueses - uma operação a que estão a chamar descentralização e parece ser a obra principal que Costa quer deixar aos portugueses, uma sarna para se coçarem nas próximas décadas.

(*) Se o lóbi Acção Socialista é mais institucional e resulta da ligação ao PS como partido do regime, o lóbi BE resulta do peso da presença que o berloquismo tem nas redacções. A estes dois lóbis devemos acrescentar o lóbi marcelista, com os olhos e ouvidos de Ângela Silva em Belém.

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