Quando em Fevereiro o governo anunciou 104 milhões de euros (três quartos dos quais destinados à área metropolitana de Lisboa) para permitir reduzir o preço dos passes sociais, justificou que daí resultariam mais 100 mil pessoas por ano nos transportes públicos, mais 63 milhões de viagens e menos 72 mil toneladas de dióxido de carbono, escrevi aqui que se tratava de mais um exercício de planeamento milagroso porque as famílias com menores rendimentos já então privilegiavam o transporte público e tinham um passe social.
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Passados seis meses e com a medida em Lisboa em vigor desde Maio, vejamos os seus efeitos tomando como exemplo a Carris. Como se pode ver no diagrama, os aumentos homólogos até Abril, ainda com os passes ao preço antigo, situaram-se na faixa dos 6-8%. Se é certo que em Maio se verificou um aumento maior, possivelmente devido ao efeito da novidade, no mês seguinte o aumento homólogo desceu para menos de 4%. De onde, temos de concluir que, descontado o crescimento natural e salvo um aumento extraordinário nos meses seguintes, o efeito líquido da redução do preços dos passes está muito longe dos prognósticos do governo que se situam no domínio habitual do planeamento milagroso.
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