«A anti-austeridade militante, que tanto agitou a avenida e a aula magna até 2015, foi outra componente fundamental destes malabarismos. Passava por ser a expressão espontânea do “descontentamento social”. Sabemos agora que existiu em função das conveniências de algumas organizações partidárias. Até 2015, PCP e BE só viram perigos e abismos. Desde então, sentados à mesa do orçamento, calaram as críticas ao euro, deixaram de estar angustiados com a dívida pública, toleraram as cativações de Centeno, aceitaram a redução de Portugal a um paraíso fiscal para estrangeiros, e não dão pela crise do SNS. No fundo, acabaram com a austeridade desta maneira expedita: deixaram de protestar contra ela, e ela nunca mais foi assunto. Quem precisar de uma prova de como o espaço público em Portugal é pobre e limitado, está aqui. Nunca tão poucos puderam enganar tantos.»
Nunca tão poucos enganaram tantos, Rui Ramos no Observador
E como é que fica, nesta "fotografia", aquilo que cá na paróquia passa por "comunicação social"?...
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