Poul Thomsen, director do departamento europeu do FMI e primeiro responsável pela equipa da troika em Portugal, em entrevista ao Público foi muito claro sobre o papel do governo de Sócrates. Ora leia-se:
«Quando a crise chegou a Portugal, houve claramente um sentido de unidade dentro do corpo político. Quando negociei o programa aqui com o governo socialista, ao mesmo tempo discuti discretamente - mas com o total conhecimento do Governo - com o então principal partido da oposição. E houve um claro entendimento sobre o que é que a maioria política em Portugal poderia apoiar. E isso permitiu que, quando se deu uma mudança de governo mais tarde, não se realizassem praticamente mudanças no programa.»Na verdade, tratou-se de um segredo de polichinelo da classe política, que a oposição que viria mais tarde a constituir a geringonça escondeu cuidadosamente dos olhos da populaça que entre indignações e lamentações não se deu conta de nada - como disse um poeta qualquer, vivem sem dar por nada e morrem sem dar por isso.
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