Sob o título megalómano-gongórico «Estamos à beira de uma revolução nos carros elétricos e Portugal tem o papel principal», o semanário de reverência conta-nos que «a investigadora portuguesa Helena Braga trabalha há dois anos numa solução que pode mudar a indústria dos carros elétricos... e não só. Basta que as empresas o queiram, porque a tecnologia já está encontrada».
Aprecie-se o «e não só» que sugere que podemos estar à beira de muito mais do que uma modesta revolução nos carros eléctricos, o que já não seria pouco. É claro que há algumas dificuldades: «o projeto que lidera está agora numa espécie de impasse. A tecnologia para construir baterias mais seguras e que garantam uma maior autonomia está descoberta, falta dar-lhe escala e dimensão industrial.» Ou seja, falta aquela coisa que faz passar o que parece ser uma boa ideia que ganhou uma medalha num concurso de inventores a um negócio.
E tudo porquê? Ora porque haveria de ser: «do outro lado da barricada, estão as empresas que hoje produzem baterias para o mercado mundial e que não veem com bons olhos a chegada de uma tecnologia concorrentes que lhes destrua a essência do negócio.» Só podia ser a concorrência a dar cabo do negócio. O que fazer? O Estado Sucial suprimir a concorrência, ou não sendo de todo possível por causa de Bruxelas, domesticá-la e, principalmente, subsidiar a coisa.
A invenção do carro eléctrico vem desde o início do século XX.
ResponderEliminarIsto das empresas de pilhas é lixado.
Muito melhor é o estado (destas coisas) que gasta à tripa forra para as domésticas...
"subsidiar a coisa"
ResponderEliminarÉ verdade mas, se não subsidiassem não haveria nem uma coisa nem outra ... que seria a coisa mais saudável.
Há coisas que a nem a tecnologia nem a ciência ainda conseguiram resolver nem se vislumbra que venham a conseguir. Baterias eficientes (no mundo real) é uma delas. Outro caso, condensadores electrolíticos bons baratos e pequenos.
Outro caso, mais recente, transístores ainda mais pequenos (a coisa estagnou).