Escreve o BdP no seu Boletim Económico de Dezembro:
«A evolução positiva da produtividade total dos fatores refletirá uma melhoria da afetação dos recursos na economia, associada, nomeadamente à reorientação da produção para atividades mais produtivas e expostas à concorrência internacional, ao processo de desalavancagem financeira em curso e às reformas adotadas ao longo da presente década nos mercados de trabalho e do produto, bem como no sistema judicial.»
A produtividade total dos factores (Total factor productivity ou multi-factor productivity) é a parte do output de produto que não resulta do inputs de trabalho e capital, estimada com base no resíduo de Sollow. No caso português, a evolução como o diagrama mostra foi desfavorável de 1999 a 2017 significando provavelmente que os factores além do trabalho e do capital, tais como inovação, custo de contexto, ambiente social, etc., têm tido um impacto negativo na produtividade do trabalho a qual, como se pode ver no quadro seguinte, se deteriorou entre 1995 e 2017 em termos relativos.
Talvez as projecções do BdP resultem de uma epifania do tipo amanhãs que irão cantar. O certo é que esses amanhãs já eram para ter cantado pelo menos desde os longínquos anos do «homem novo» de Cavaco e a fé do BdP tem de ser bastante para ver a reorientação da produção para actividades mais produtivas e as reformas adoptadas ao longo da presente década, bem como no sistema judicial.
Por falar em amanhãs https://observador.pt/opiniao/viver-sem-ideias/
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