«Juiz proíbe Administração Trump de recusar asilo a imigrantes
O Presidente Donald Trump emitiu um decreto a 9 de novembro, no qual negava asilo à maioria das pessoas que cruza a fronteira, numa resposta às caravanas de migrantes que condenara antes das eleições de novembro»A notícia acima do Expresso foi replicada quase ipsis verbis por vários outros jornais portugueses. Como se pode ler neste artigo do NYT, que pratica jornalismo de causas (*) mais informado e mais inteligente do que o corrente no Portugal dos Pequeninos, o que se passou foi o seguinte:
- A lei americana não concede aos imigrantes o direito ao asilo; concede o direito a um pedido de asilo que será examinado, aprovado ou recusado pelas autoridades americanas;
- Confrontada com o afluxo maciço de imigrantes hondurenhos, Trump emitiu uma proclamação limitando o exame dos pedido de asilo aos imigrantes «who enters the United States at a port of entry and properly presents for inspection»;
- Os imigrantes clandestinos ficaram, portanto, sem acesso ao pedido de asilo, a menos, evidentemente, que o viessem a apresentar at a port of entry and properly presents for inspection;
- O juiz federal Jon S. Tigar do Tribunal Distrital em São Francisco ordenou na segunda-feira à administração para retomar a aceitação de pedidos de refúgio de imigrantes, independentemente de onde ou como eles entraram nos Estados Unidos.
Moral da estória: Trump não recusou o asilo a imigrantes, recusou analisar os pedidos de clandestinos. O juiz não o proibiu de fazer o que ele não tinha feito; o juiz obrigou a administração a analisar todos os pedidos de asilo. O juiz não obrigou - nem poderia obrigar - a aceitar o asilo a emigrantes.
(*) Repare-se como Baptista-Bastos, ao preconizar o jornalismo de causas em que «não há factos. Os factos correspondem à visão do mediador, do repórter», foi um precursor das fake news e das alternative news muito antes da Breitbart News.
O titulo da notícia do Expresso apesar de intencionalmente conduzir a uma interpretação errada da realidade, não deixa de literalmente estar correcto, na medida em que se não for possível analisar os pedidos de asilo,está-se automaticamente a recusar o mesmo.
ResponderEliminarÉ tão bom ter quem faz a busca por nós...
ResponderEliminarAbraço