«Um comunicado às 21h, já depois de ter passado a hora dos telejornais e a possibilidade de os diários trazerem grandes reacções pela manhã. Em dia de futebol, para os canais por cabo não dedicarem demasiado tempo ao assunto, já que era indispensável debater as incidências do formidável Sporting-Qarabag. Na despedida de Marcelo da universidade, para que o tempo de antena presidencial fosse ocupado por um fait-divers académico-social, em vez da substituição da procuradora-geral da República. Esta é a estratégia de duas consciências pesadas, muito reveladora das verdadeiras intenções de António Costa e de Marcelo Rebelo de Sousa. (...)
Mas se Governo e Presidente queriam tanto alguém com o perfil de Joana Marques Vidal, porque é que não voltaram a convidar Joana Marques Vidal?»
É uma bela teoria da conspiração e uma boa pergunta de João Miguel Tavares no Público, mas uma e outra passam ao lado da questão importante, a saber: se a recondução da Joana Marques Vidal como PGR seria uma ameaça ao regime, o facto de não ter sido reconduzida, graças a Costa e a Marcelo, finalmente unidos na defesa do regime - sublinhe-se e agradeça-se-lhes -, poupará o regime a mais tribulações?
Se a geringonça e o Marcelo continuarem no poder, uma coisa a PGR fica saber: se não se portar bem, estes fulanos são especialistas em montar situações humilhantes.
ResponderEliminarÉ estranho que o ps tenha obtido uma maioria nas autárquicas depois dos descalabros de Pedrógão e tancos. E que, após os fogos e as mortes de outubro mais todos os escândalos e mentiras óbvias umas atrás desougaras, o ps ainda seja o partido com mais intenções de voto nas sondagens. É verdade que a manipulação feita pela CS e a desastrosa actuação de Rui rio ajudaram mas - caramba! - está-se a repetir o estilo de Sócrates. Será que as pessoas não aprenderam nada ou que, como dizia José Gil, ainda é a influência de 40 anos de autoritarismo: o medo de existir?