29/09/2018

Mitos (281) - O contrário do dogma do aquecimento global (XIX)

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Em retrospectiva: que o debate sobre o aquecimento global, principalmente sobre o papel da intervenção humana, é muito mais um debate ideológico do que um debate científico é algo cada vez mais claro. Que nesse debate as posições tendam a extremar-se entre os defensores do aquecimento global como obra humana – normalmente gente de esquerda – e os negacionistas – normalmente gente de direita – existindo muito pouco espaço para dúvida, ou seja para uma abordagem científica, é apenas uma consequência da deslocação da discussão do campo científico, onde predomina a racionalidade, para o campo ideológico e inevitavelmente político, onde predomina a crença.

Se o aquecimento global e a consequente fusão das calores polares e aumento do nível dos oceanos resulta exclusiva ou predominantemente das emissões de dióxido de carbono e de outros gases resultantes da acção humana (ou, para apontar o dedo ao "verdadeiro" culpado, resulta do capitalismo que só cá anda há 200 anos), como explicar a seguinte conclusão do estudo «Response of the Great Barrier Reef to sea-level and environmental changes over the past 30,000 years» publicado na Nature?
O nível dos oceanos depois de ter descido 40 metros há 30 mil anos e se ter mantido estável durante os 8 mil anos seguintes, voltou a descer 20 metros e desde então subiu lentamente até há 17 mil anos, para em seguida subir mais rapidamente durante os 10 mil anos seguintes, reduzindo novamente há 7 mil anos e desde então vir subindo lentamente.
E quanto à eficácia das medidas propostas pelos ambientalistas, atente-se nas seguintes estimativas (Economist):
«What is the single most effective way to reduce greenhouse-gas emissions? Go vegetarian? Replant the Amazon? Cycle to work? None of the above. The answer is: make air-conditioners radically better. On one calculation, replacing refrigerants that damage the atmosphere would reduce total greenhouse gases by the equivalent of 90bn tonnes of CO2 by 2050. Making the units more energy-efficient could double that. By contrast, if half the world’s population were to give up meat, it would save 66bn tonnes of CO2. Replanting two-thirds of degraded tropical forests would save 61bn tonnes. A one-third increase in global bicycle journeys would save just 2.3bn tonnes.»
Dando de barato as conclusões que a ciência de causas ambientais nos impinge, em alternativa a convencer-nos a plantar arvorezinhas, a comer só couves e a andar de bicicleta deveria concentrar-se em melhorar o rendimento dos aparelhos de ar condicionado.

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