Outras avarias da geringonça e do país.
Numa altura muito conveniente para o governo, foram divulgados pela CE dados embaraçosos para a Fenprof: «mais de metade das baixas na educação foram fraudulentas» e, logo a seguir, o Education at a Glance da OCDE veio revelar que em termos comparativos os professores não se podem queixar de ser mal pagos. Afinal, ganham o mesmo dos franceses e espanhóis e mais do que os italianos, enquanto em média os trabalhadores portugueses ganham menos entre 40% a 55% do que os desses países.
Na próxima semana teremos mais dois dias de greves dos enfermeiros e a ameaça que se não resultarem serão seguidos no dia 25 de «uma medida de abandono» (Expresso), seja lá o que isso for. As greves nos portos às horas extraordinárias, de que se fala pouco, continuam com os de Lisboa e Setúbal. Em consequência, a descarga de contentores que se faria em horas demora dias o que levou a Maersk, o maior armador mundial, a deixar de escalar Lisboa. O que explica a falta de horas extraordinárias ter esse efeito? Não são horas extraordinárias, são ordinárias, porque os sindicatos controlam as contratações e há uma crónica falta de estivadores.
Há coisas que nunca mudam, como a contratação dos meios aéreos de combate aos incêndios florestais: o governo voltou a a fazer um acordo com a Heliportugal e aceitou pagar-lhe o dobro do contrato anterior. E, continuando nos incêndios, o de Pedrógão além das 6 dezenas de mortes, proporcionou um belo esquema de reconstrução das casas destruídas montado por uma criatura do bloco central autárquico - o presidente da câmara, um independente eleito primeiro pelo PSD e depois de PS.
Durante a semana ocorreram vários episódios de desatino do BE e de maquiavelismo do PS. «Nem percebo bem aquela proposta», disse Costa referindo-se à «taxa Robles», certeiramente baptizada pelo CDS. Esgotada a agenda fracturante do casamento gay, da morte assistida, da mudança de sexo dos adolescentes e tutti quanti, resta à imaginação berloquista inventar meios de espoliar os «ricos» para dotar preventivamente o Estado Sucial de meios financeiros para pagar os milhares de apparatchiks berloquistas ávidos de lugares na mesa do orçamento que esperam ter quando o BE saltar para o colo do PS no governo. Mesmo que isso seja à custa da criação de impostos irremediavelmente arbitrários e redundantes e, pior do que isso, e típico do esquerdismo, com resultantes contrários aos propósitos declarados - leia-se a este respeito este artigo de Campos e Cunha.
Há quem admita que talvez o PS queira precipitar eleições para alijar os parceiros da nau catrineta geringonça. Certo é, por parte dos comunistas e sobretudo dos berloquistas, o desejo notório de continuar viagem, mesmo engolindo sapos. Como o sapo dos professores, que deu até um grotesco dueto de rua entre Costa e o controleiro da Fenprof. Enquanto isso, para animar as hostes e mostrar músculo, os sindicatos da função pública controlados pelos comunistas exigem aumentos em 2019 entre 3 a 4%. Aumentos que todos sabem não ocorrerão, para o que já foram emitidos os competentes avisos do FMI e da CE.
Recordam-se dos anúncios dos mil e quatrocentos milhões, das indemnizações compensatórias no futuro contrato de serviço público, dos 168 milhões para os comboios regionais? Isso é para o futuro dos amanhãs que cantarão. Por agora, foram suprimidos mais 24 comboios na linha do Oeste.
No meio das comemorações dos juros mais baixos de sempre, que se devem tanto a este governo como à minha tia Elvira, vão surgindo uns sinais de que esta bonança não vai durar sempre. No último leilão de OT os juros a 10 anos aumentaram de 1,727% para 1,854% em apenas dois meses e, como reconhece o FMI, estão sob várias ameaças, como as alterações da política monetária da Fed e as tendências proteccionistas de impacto particularmente nocivo em pequenas economias abertas como a portuguesa.
A compra de casinhas continua a animar os portugueses e a fazer felizes os bancos que em Julho emprestaram mais 35% do que no mesmo mês do ano passado (Expresso).
Embora as exportações em Julho face a Junho tenham crescido mais do que as importações (13% e 11%, respectivamente), em relação a Julho do ano passado o défice da balança comercial de bens agravou-se no total em 32 milhões de euros e sem combustíveis e lubrificantes em 98 milhões.
Quanto ao tão celebrado crescimento, que também devemos agradecer mais à minha tia Elvira do que a Costa, como sabemos é o 8.º crescimento mais baixo da UE, foi revisto pelo FMI em baixa para 2,3% . E o mais preocupante é que duas das condições para a sustentabilidade do crescimento pura e simplesmente não existem: o stock de capital continua a diminuir e a produtividade mantém-se estagnada. Com a rápida redução do desemprego e o aumento do emprego, segundo as estimativas do Fórum para a Competitividade, o PIB deveria estar a crescer 4% a 5%, se cresce metade isso resulta de a produtividade não aumentar.
«Esgotada a agenda fracturante do casamento gay, da morte assistida, da mudança de sexo dos adolescentes e tutti quanti,[...]»
ResponderEliminarNão os subestime, caro Impertinente. A ideologia de género é um esgoto inesgotável.