«Imagino sempre António Costa entrar em casa e dizer à família: “Isto vai tão bem que parece um sonho”. Se ao princípio o seu sorriso de gato de Cheshire, aquele sorriso tão brilhante que faz esconder todo o corpo atrás dele, podia ser uma estratégia, hoje é uma consequência. Recordemos que a frase decisiva do gato, na magnífica novela “Alice no País das Maravilhas”, é “para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”. Isto, depois de Alice lhe perguntar para onde vai a estrada e ele lhe responder com outra pergunta: “para onde quer ir a menina?”. Esta, que nada conhece naquele país de maravilhas, diz que não sabe porque está perdida… é quando Cheshire sentencia que qualquer caminho serve!
Eu creio que Costa estava perdido e qualquer caminho lhe servia. O da ‘geringonça’ era um dos possíveis e a verdade é que, em vez de mais tarde encontrar a rainha de copas, que primeiro cortava o pescoço e depois fazia o julgamento, deu com Marcelo Rebelo de Sousa que faz o julgamento, as alegações finais, a sentença, representa ambas as partes e absolve, ou por índole ou por cálculo (cada um dirá o que entende) toda a gente.»
Escreveu Henrique Monteiro no Expresso Diário com o seu fino sentido de humor. Porém, está equivocado. Costa pode parecer o Gato de Cheschire, pelo menos no sorriso, mas sabe perfeitamente para onde vai. Sabia tão bem para onde ia - primeiro para o Largo do Rato e depois para S. Bento e no futuro para Belém, talvez - que qualquer caminho lhe serviu e lhe servirá.
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