07/07/2018

Era uma vez um Centeno que foi para Bruxelas ou Dijsselbloem reencarnado como Centeno em Atenas

Como aqui escrevi, há vários Centenos:
  1. o Centeno economista académico, considerado competente, com uma formação sólida e um currículo digno de nota;
  2. o Centeno ministro das Finanças que tem sido um executor fiel das políticas indispensáveis para apaziguar comunistas e bloquistas e manter o seu apoio ao governo; 
  3. o Ronaldo das Finanças, presidente do Eurogrupo, que empresta algum brilho à imagem internacional tradicionalmente embaciada de um Portugal dos Pequeninos e alimenta a fome de reconhecimento de um povo com complexos de inferioridade que vê assim mais um «português no topo do mundo».
Ana Sá Lopes escreve no jornal i sobre o «Centeno a fazer de Dijsselbloem com os gregos», ou seja a referida terceira persona de Centeno:

«Atente-se ao que Mário Centeno mandou os gregos fazerem: “flexibilizar” o mercado de trabalho e continuar as políticas da troika que levaram a Grécia ao esgotamento. Sim, isto foi dito pelo ministro das Finanças de um governo que só existe porque tem o apoio dos comunistas e do Bloco de Esquerda. Aliás, enquanto o comissário Moscovici admitiu em Atenas alguma “flexibilidade”, Centeno opôs-se terminantemente.

Além de ter mandado os gregos flexibilizar e fazer reformas na administração pública – de facto, usando uma linguagem comum à direita e à generalidade dos socialistas europeus –, o ministro das Finanças apoiado pelo PCP e Bloco pede à Grécia para não se desviar das políticas da troika. É esta a quadratura do círculo, este “mito” que o secretário-geral do PCP declarou estar morto. Mas em política há ressurreições. A ver vamos.»

1 comentário: