Continuação daqui.
«O caso de Lewinsky revela um homem sem escrúpulos. Ali está o homem mais poderoso do mundo a tentar sacar uma estagiária. Contudo, podemos argumentar que o sexo entre os dois foi consensual. O mesmo não se passa com as mulheres que, antes de Lewinsky, foram assediadas e violadas por Clinton. Os casos chegaram a tribunal. Hoje em dia, em plena era de MeToo, muitos homens estão a ser julgados na praça pública muitas vezes só porque alguém fez um tweet. No caso de Bill Clinton, estamos a falar de acusações concretas que se transformaram em dossiês de tribunal. Perante isto, porque é que as feministas se calam perante os abusos sofridos por Juanita Broaddrick, Paula Jones, Kathleen Willey, as vítimas de Clinton?
Esta é uma traição com décadas. Nos anos 90, quando estalou o escândalo, as feministas descredibilizaram as vítimas de Clinton. Entre um Presidente de esquerda e as vítimas desse Presidente, as feministas escolheram o primeiro. Se tivessem sido abusadas por um Bush ou por um pastor, Broaddrick, Jones e Willey teriam sido elevadas à condição de mártires. Mas, como foram abusadas por um santo da esquerda (Clinton), foram criticadas pelas próprias feministas. Essa traição continuou até hoje. Razão? Qualquer invocação das mulheres abusadas por Bill seria uma arma contra a carreira política de Hillary.»
Quando é que o feminismo MeToo desenterra as vítimas de Bill Clinton?, Henrique Raposo no Expresso Diário
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