10/03/2018

CONDIÇÃO FEMININA / CONDIÇÃO MASCULINA: Quanto mais os querem fazer iguais mais eles se revelam diferentes

Este é o terceiro post a propósito da efeméride Dia da Mulher (ou será Dia da Pessoa do Sexo Género Feminino?). Aproveito para registar a minha indignação e o meu mais veemente protesto por não haver um Dia do Homem.

Uma equipa de investigadores composta por duas mulheres (Ann Mari May e Mary McGarvey da Universidade de Nebraska-Lincoln) e um homem (David Kucera da OIT) - em conformidade, portanto, com o cânone - publicou recentemente um paper concluindo que até na economia os sexos, perdão os géneros, se dividem (ver o diagrama aqui ao lado).

A equipa inquiriu economistas de 18 países europeus e observou diferenças importantes relativamente a vários temas, nomeadamente:
  1. A frequência de homens economistas que preferem o mercado à intervenção estatal é muito superior à das mulheres economistas;
  2. Os homens economistas são mais cépticos do que as mulheres economistas em relação à necessidade de políticas ambientais;
  3. As mulheres economistas tendem mais a considerar que não são iguais as oportunidades no mercado de trabalho.
Poderia pensar-se que entre os economistas americanos seria diferente, mas um outro estudo de uma equipa de que fez parte um das referidas investigadoras (Ann Mari May) chegou também à primeira conclusão e ainda concluiu que os economistas homens eram mais propensos a pensar que salários mínimos mais elevados aumentam o desemprego. Diferentemente, economistas mulheres defendem muito mais frequentemente que a abertura americana ao comércio externo deve depender do respeito de padrões laborais mais elevados dos parceiros comerciais.

Já agora, um outro estudo de Zubin Jelveh da Universidade de Chicago, Suresh Naidu da Universidade de Columbia e de Bruce Kogut Columbia Business School, concluiu que os economistas homens de direita tendem a produzir previsões que confiam os seus pontos de vista não intervencionistas e que as economistas mulheres tendem mais a usar uma linguagem de esquerda.

(Fonte: Male economists are both more right-wing and more senior, Economist)

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