21/11/2017

O amor da esquerda bem-pensante pelos utentes da vaca marsupial pública

Num artigo com o expressivo título «O amor da direita radical pelos trabalhadores do sector privado», Pacheco Pereira dá mais um pulo para o colo da geringonça, retribuindo as honras que lhe foram conferidas como compagnon de route do PS e porta-voz do costismo a quem disponibilizou tempo de antena, assistindo-o a fazer a cama a Seguro e a ascender à liderança do PS. E não, não estou a insinuar que Pacheco se vendeu pelo prato de lentilhas de uma tença na Fundação Serralves porque ele não aceitou ser pago em dinheiro. Pacheco Pereira não se vende por dinheiro. Pacheco Pereira move-se pelos seus ressabiamentos e deixa-se seduzir pela imensa vaidade do seu dilatado ego e, ao sabor dos ventos e dos protagonistas políticos, mostra uma notável volatilidade doutrinal que o tem levado do maoísmo, ao cavaquismo, ao soarismo, ao costismo e recentemente a apoiar Rui Rio na reconstrução do verdadeiro PS-D , com uma deriva liberal ocasional na passagem do século.

É mais um que substituiu a classe operária e o campesinato pelo funcionalismo público. Porém, não sendo de todo burro, ao contrário dos patetas convertidos, Pacheco deixa sempre as portas abertas para outras derivas, reservando-se o direito a «escrever um artigo usando uma argumentação ao contrário desta e com outros alvos».

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