«Diogo Lacerda Machado, melhor amigo de António Costa, já esteve envolvido no negócio do SIRESP (segundo o socialista António Galamba, Lacerda Machado era advogado da Motorola, que integrou o consórcio vencedor) e na compra dos helicópteros Kamov (terá sido júri no concurso). Esteve, já com Costa como primeiro-ministro, envolvido na reversão da privatização da TAP, na resolução do caso dos lesados do BES, e ainda no acordo do CaixaBank com Isabel dos Santos para reduzir a exposição do BPI a Angola. Parece que ainda deu uma perninha no dossiê dos lesados do Banif e na tentativa de constituição de um “banco mau” para o sistema financeiro português.
Há mais. Revista Sábado, Abril de 2016: “Lacerda Machado é também administrador da Geocapital, uma sociedade de investimento sedeada em Macau e presidida pelo multimilionário Stanley Ho. O socialista Almeida Santos era presidente da mesa da assembleia geral. A Geocapital foi parceira da TAP na compra da Varig Engenharia e Manutenção, em 2005, mas dois anos depois saiu do negócio. A entretanto apelidada TAP Manutenção e Engenharia é o activo do grupo com mais prejuízos.” Eu admito que Lacerda Machado seja o Mourinho da negociação em Portugal, mas pergunto-me se tal currículo seria possível sem as amizades no PS e a confiança pessoal do primeiro-ministro.»
«Uma cultura política lastimável», João Miguel Tavares no Público
É claro que o PS não tem o exclusivo da ocupação do Estado pelos amigos e correlegionários. Para só citar os partidos do que se costumava chamar «arco de governação» - arco que hoje inclui a ménage à trois da geringonça -, o PSD e o CDS têm uma longa história de distribuição de lugares. Ainda assim, desde o fim do cavaquismo em 1995, o PS ocupou o poder em 16 desses 22 anos e, com a legitimidade que a esquerda se atribui a si mesma para controlar o Estado por «boas causas», não se poupou a nomeações de boys e bateu irremediavelmente a concorrência.
E a sobrinha do César?
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