14/05/2017

Ressabiados do regime (20) - Também me custa a acreditar

Entrevista do SOL a Costa em  22-08-2015
«Por vezes, quando ouço os comentários de Manuela Ferreira Leite na TVI24 e leio os seus artigos no Expresso, custa-me a acreditar que se trate da mesma pessoa que em 2009 tentou impedir José Sócrates de empurrar o país para a bancarrota, com grande insucesso: ela obteve uma derrota estrondosa nessas eleições (o PSD ficou abaixo dos 30%) e Sócrates pôde continuar a dirigir alegremente Portugal em direcção ao abismo. O tempo, claro, haveria de lhe dar razão, em particular nos alertas recorrentes de que os investimentos previstos em obras públicas eram lunáticos. “Não há dinheiro para nada”, dizia Ferreira Leite perante a incompreensão geral, e debaixo de acusações de “negativismo”.»

Continue a ler «A padeira de Aljubarrota das finanças públicas», João Miguel Tavares no Público

Também me custa a acreditar mas compreendo. Como aqui escrevi, uma das consequências positivas da liderança de Passos Coelho foi o contributo possivelmente involuntário para a clivagem entre uma visão socializante, que abrange com diversas nuances desde o Bloco de Esquerda até ao CDS, passando pelo PS e pelo PSD, e uma visão liberalizante (em rigor, deveria escrever menos socializante) que inclui parte do PSD e algumas pessoas do PS e do CDS. Desfaz-se assim parte dos equívocos e da opacidade doutrinária e fica claríssimo que Freitas do Amaral, Basílio Horta, Adriano Moreira, entre outros do CDS, por um lado, Manuela Ferreira Leite, António Capucho, e, à sua maneira narcisista, Marcelo Rebelo de Sousa, entre muitos outros, são compagnons de route do socialismo.

3 comentários:

  1. Parece-me uma grande injustiça a omissão de Lobo Xavier entre os socialistas do CDS. O homem nunca foi dirigente mas tem tido um papel do maior relevo na defesa dos verdadeiros valores de Portugal e do BPI.

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  2. Já a mim, parece-me de uma certa ingenuidade supor que o comportamento de alguns (dos nomeados e outros) dirigentes sociais-democratas em reacção ao passos-coelhismo de 2011-2015 resulta de uma qualquer "clivagem de visões" políticas ou outras...

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