Era uma vez um rapaz irrequieto chamado, como um dia aqui escreveu o outro subscritor, João Maynard Galamba da Mouse Square School of Economics, talvez o maior teórico do keynesianismo entre nós (e não é dizer pouco porque keynesianos entre nós são mais do que os economistas).
Na quarta-feita à noite, a propósito do folhetim CGD, Galamba disse (citado pelo DN) no programa Sem Moderação da TSF, que «o Presidente da República está profundamente implicado nisto. O que ele tentou fazer na segunda-feira, político hábil como é, foi tentar demarcar-se disso e tentar desresponsabilizar-se de algo que é também responsabilidade sua». Mais à frente, para acabar com as dúvidas, acrescentou «tudo aquilo de que é acusado Mário Centeno pode Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República português ser, ipsis verbis, acusado exatamente da mesma coisa (...) as responsabilidades de Mário Centeno, quaisquer que elas sejam, são também as de Marcelo e Marcelo tentou sacudir a água do capote».
Tivesse o jovem Galamba ficado por aqui e teríamos de lhe reconhecer cojones por, de uma assentada, ter desfeito a montanha de equívocos nas relações do presidente dos Afectos com o governo da geringonça.
Mas não ficou. No dia seguinte, porventura puxadas as orelhas pelo chefe Costa, engoliu a sua farronca, como o faria um apparatchik ao serviço do camarada Jerónimo, e traduziu, fazendo de nós estúpidos, ao Negócios as suas palavras da véspera: «quando digo que o Presidente da República está tão implicado quanto Mário Centeno, quero dizer que não está implicado em nada. (...) Mas quem quiser transformar uma coisa que não é grave numa coisa gravíssima, então tem que perceber que também está a acusar o Presidente».
"quando digo que o Presidente da República está tão implicado quanto Mário Centeno, quero dizer que não está implicado em nada."
ResponderEliminarIsto é pior que o Ministro da Propaganda Iraquiano do Saddam Hussein.
Gente reles, infinitamente reles.
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