03/02/2017

Mitos (247) - A notícia da bancarrota camuflada do Deutsche Bank é bastante exagerada (III)

Continuação de (I) e (II).

Recapitulando: a pretexto dos comentários de Wolfgang Schäuble, ministro alemão das Finanças, criticando os desvarios de geringonça, voltaram ao topo da agenda do jornalismo doméstico de causas domésticas as teorias da conspiração que se dividem em dois tipos: (1) Schäuble tem o propósito contumaz de interferir na política doméstica favorecendo a oposição e (2) Schäuble fala de Portugal para desviar a atenção das desgraças do Deutsche Bank (DB). Citando um exemplo notável: o do pastorinho Nicolau Santos e da sua cabala dos Quatro Pérfidos Alemães que combina as duas teorias.

Quanto à teoria da conspiração (2), já aqui amplamente descomposta, vejamos as últimas evoluções relatadas pelo Economist Espresso que nos mostram um Deutsche Bank com problemas que comparados com os da banca portuguesa não parecem muito preocupantes:

«The worst may be over—even if Germany’s biggest lender announces another loss today. John Cryan, Deutsche Bank’s boss, expects last month’s $7.2bn settlement with America’s Department of Justice, over the mis-selling of residential mortgage-backed securities in 2005-07, to translate into a $1.2bn pre-tax fourth-quarter hit. Deutsche has also been fined $630m by American and British regulators over trades in 2011-15, in which money was spirited out of Russia. More may follow; the DoJ is still investigating the Russian transactions. At least the mortgage bill is now certain, and the share price has rebounded from September’s low, when the DoJ demanded $14bn. Also cleaned up is the sale of a stake in Hua Xia, a Chinese bank, finally completed in November, which will boost capital. Now for the hard part: rebuilding profitability. With pickings in Germany slim and the investment bank no longer swaggering, there’s a long way to go


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