Já antes concluímos que o muro de Donald é uma cópia do muro de Bush pai e do muro de Obama. Que a nomeação do genro teve vários precedentes, entre eles o da nomeação de um irmão por JFK. Que as suas políticas anti-globalização, intervencionismo estatal e investimento público não passam de cópias das políticas da esquerdalhada, o seu discurso, a relação com os mídia, a sua «pós-verdade» e os «factos alternativos» não passam de uma cópia tosca do agitprop inventando pelos comunistas soviéticos nos anos 20, a sua limitada dificuldade literacia
Dizem os seus detractores, aparentemente com razão, que o Donald não deve muito à literacia, sendo um dos presidentes americanos menos educados. Admitamos que sim. Também aqui, uma vez mais, Trump não é inovador. Sobre John F. Kennedy, la crème de la crème dos presidentes, uma conhecida revista inglesa classificou a sua candidatura a Harvard como «um estudo em mediocridade», acrescentando que se formou com notas medíocres, e que o único pensamento claro na meia dúzia de inanidades que escreveu na candidatura era também o mais revelador: «ser um "homem de Harvard" é uma distinção invejável que espero sinceramente alcançar».
Uma onda de indignação (mais uma) varre o planeta pela ordem executiva emitida por Trump de proibição de entrada de nacionais de vários com ligação ao terrorismo. Convirá saber que a ordem é legal e a procuradora-geral, que se demitiu para não a cumprir por não concordar politicamente, não pôs em causa a sua legalidade.
Outra onda de indignação foi criada pela expulsão de imigrantes ilegais. Há vários precedentes de deportação: a exclusão de chineses em 1882, as restrições à entrada de judeus por Roosevelt, a deportação de comunistas por Truman, a expulsão de iranianos por Carter e até recentemente ordens temporárias de Obama. Aliás, Obama foi o campeão das deportações: só no primeiro mandato expulsou 1,5 milhões de imigrantes indocumentados, mais do que os seus antecessores, incluindo George W. Bush.
Por tudo isso, podemos culpar o Donald de quase tudo, menos de ser original.
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