Nenhum outro país me transmitiu, como este, a nobreza de alguém que, no meio de uma crise internacional, se levanta para afirmar: "We shall never surrender." As ideias liberais não me foram apenas transmitidas em conferências, mas em conversas informais, em noticiários televisivos, em peças de teatro, em revistas e em jornais. Vinda de um país, como Portugal, onde a escolástica era tida como uma forma superior de pensamento e a lamechice literária exaltada, a Inglaterra deu-me a possibilidade de ter contacto com obras superiores.
É difícil explicar quanto devo à cultura inglesa. Nunca esquecerei a excentricidade do warden do meu College, os livros consultados na Radcliffe Camera, as deambulações por Hay-on-Wye e os fins de tarde passados em Port Meadow.
É por temer o que o futuro nos possa trazer que recordei o poema de W. H. Auden, "In Memory of W. B. Yeats", intitulado 'September 1, 1939'. Aqui fica um extracto, no original, visto não me atrever a traduzi- lo: " ln the nightmare of the dark/ Ali the dogs of Europe bark,/ And the living nations wait,/ Each sequestered in its bate;".»
Excerto de «England Made Me», Maria Filomena Mónica no Expresso
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