Uma tese de José Rodrigues dos Santos («O fascismo tem origem no marxismo»), que me parece dever mais à ficção do que à história em geral e à história das ideologias em particular, suscitou uma onda de indignações por parte dos marxistas de serviço. Têm toda a razão os marxistas. As raízes do fascismo não são o marxismo. As raízes de fascismo são adjacentes às do marxismo e os respectivos troncos partilham várias características. E as copas também.
A copa do marxismo é bastante mais frondosa do que a do fascismo: dezenas de Estados controlados por partidos inspirados no marxismo produziram durante décadas muito mais miséria, violência, privação de liberdades, presos e mortos do que um número muito menor de Estados controlados por partidos inspirados no fascismo que estiveram no poder por um período também menor. Se nos cingirmos à contabilidade dos mortos, que, segundo Estaline, aos milhares não são uma tragédia, são apenas estatística, o número de mortes atribuíveis ao marxismo bateu as atribuíveis ao fascismo na proporção de dez para um.
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