«O fim pode justificar os meios se houver algo que justifique o fim |
Aliviado da ditadura do proletariado e da revolução permanente e de outras tretas trotskistas e maoístas, o BE adoptou as «causas fracturantes» do marxismo cultural, isto é do politicamente correcto. O que Louçã não se aliviou foi da moral dupla, dos dois pesos e duas medidas, em suma do que aqui no (Im)pertinências baptizámos de doutrina Somoza.
O exemplo mais recente é o seu artigo «Brasil: um golpe de Estado em transmissão directa» que João Miguel Tavares dissecou entrando «Na cabeça de Francisco Louçã».
O artigo de Louçã começa assim
«Assistimos no Brasil a um golpe de Estado em transmissão directa, por vezes em câmara lenta, outras em aceleração frenética. É assim que se procede no século XXI: em vez de tanques nas ruas, tudo começa com um juiz que quer derrubar um governo, declarando guerra ao princípio da soberania democrática. É golpe curto, bem sei, prender para eliminar politicamente e depois deixar as coisas seguirem o seu destino.»É claro que Louçã não é parvo e não faz um discurso como o dos comunistas mumificados do PCP. Ele não nega os factos inegáveis mas, uma vez mais, para ele o problema não está na corrupção do PT, o problema está em o que para ele é a «direita» se estar a aproveitar do facto para derrubar o pêtismo. Evidentemente não seria um problema se a «direita» estivesse no poder e o pêtismo tentasse derrubá-la pela mesmíssima razão.
Não sei será daqui, se do inferno ou se do Céu. Mas hei-de ver o Chico a ser velado na estrela da lísbia.
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