Confesso que ignorava quase tudo sobre a comunidade judia de Belmonte. O pouco que fiquei a saber provém da leitura do artigo do Expresso «O êxodo dos judeus de Belmonte».
Dos 300 em 1985 restam hoje só 55 judeus entre os 3 mil belmontenses. É uma comunidade em decadência, com pouca iniciativa e ilustração que não se distingue de muitas outras do Portugal do interior, sofrendo os efeitos nefastos da consanguinidade resultante da endogamia durante gerações, para escapar às perseguições.
É uma maldição. Nós que reprimimos e perseguimos os judeus e os expulsámos de Portugal nos finais do século XV, deitando pela borda fora o fermento social que poderia proporcionar uma comunidade culta, próspera, diligente e empreendedora que se distinguia da brutidade do povoléu, ficámos com os mais fraquitos. É uma espécie de lei de Gresham aplicada à evolução das sociedades.
Há sempre idiotas nos lugares de decisão. D. Manuel I foi fundamentalmente estúpido pois para agradar aos reis católicos (queria casar comum uma sua descendente para ficar rei da ibéria) perseguiu árabes e judeus que nos tinham ajudado a mudar de um país de caca para uma potência mundial. A primeira besta quadrada da nossa história.
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