Há 25 anos as emissões de obrigações privadas com notação «investimento especulativo» («junk» na gíria) representavam menos de um quarto do total. Actualmente, segundo a S&P, representam metade. Para a Economist esse aumento deve-se a três factores: (1) maior apetência dos investidores por aplicações de maior yield e necessariamente maior risco, devido às baixas taxas de juro; (2) retracção dos bancos em relação aos empréstimos a empresas – particularmente na Europa onde, ao contrário dos Estados Unidos, o financiamento das empresas recorria pouco às emissões; (3) vantagens fiscais do financiamento pelo crédito face ao financiamento pelo aumento de capital – no 1.º caso os juros são custos fiscais, no 2.º o lucro é tributado e os dividendos são-no de novo.
Economist |
Como repetidamente temos escrito nesta série, estas são algumas das «unintended consequences» do intervencionismo dos bancos centrais combinando alívio quantitativo com baixas taxas de juro.
Quando a bolha de crédito rebentar – e é só uma questão de tempo – desta vez não vai ser outra vez diferente, para citar Rogoff, vai ser igual às outras vezes.
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