O que se pode dizer da geringonça comandada por Costa que hoje foi provida de tripulação, a saber: um comandante – o Futuro Primeiro-Ministro de Portugal, agora Actual -, 17-ministros-17 e 41-ajudantes-41, incluindo um casal e pai e filha?
Que é muito tripulante? Talvez, mas podiam ser mais. Faltaram Galamba e os outros jovens turcos.
Que é nepotismo? Talvez não, porque isto é o modo normal de funcionamento da geringonça e dá mais coesão.
Que é um governo socrático? Por ter Santos Silva (faz-tudo e demolition man) e Vieira da Silva, (ministro da Ecoanomia), Azeredo Lopes (ex-comissão de censura), redescoberto especialista em questões de defesa, Prata Roque (advogado de Sócrates), e ainda João Soares (filho de Soares e, portanto, irmão do PS) e Capoula Santos que consideraram o animal feroz injustamente preso e obviamente inocente, respectivamente? Por ter esta gente e outros da mesma estirpe, é um bocadinho exagerado escrever, como João Miguel Tavares que os homens de Sócrates «estão de regresso ao governo». Têm os pezinhos no estribo, vá.
E o que dizer de Centeno que, ao contrário dos ministros das Finanças dos 3 governos anteriores não é ministro de Estado e é o quarto da hierarquia dos ministros? Talvez seja bom para ele quando for a altura de prestar contas. Contudo, suspeito, ficará mais fácil aos outros ministros espevitarem a despesa dos seus ministérios e Centeno ficar a ver navios. Ainda está a tempo de fazer uma saída pela esquerda baixa, como o saudoso Campos e Cunha.
Contudo, nem os gabinetes dos ministros, nem mesmo o parlamento, constituem os únicos palcos onde a geringonça vai actuar. Também nos exteriores estão previstas cenas. A célula do Partido Comunista que dá pelo nome de CGTP já anunciou, pela voz do membro do CC do PCP, que a luta continua, todos para a rua no dia 28 em Lisboa, no Porto e em Braga «festejar em conjunto a queda definitiva do Governo do PSD-CDS e exigir uma mudança de políticas que correspondam às propostas e reivindicações da CGTP-IN e dos trabalhadores, nomeadamente:
- A revogação das normas gravosas da legislação do trabalho nos sectores público e privado;
- A revogação da caducidade das convenções colectivas e a reintrodução do princípio do tratamento mais favorável;
- Um modelo de desenvolvimento que aposte na produção nacional, no emprego estável, seguro e com direitos, na valorização das profissões;
- Uma justa distribuição da riqueza, que assegure o aumento geral dos salários, do SMN e das pensões;
- Mais e melhores serviços públicos e funções sociais do Estado.»
E pronto. Agora é só aguardar.
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