«A seguir, Costa invoca acordos vagos e imprecisos com o Bloco e PCP; os seus cães de fila dizem na TV que só apresentarão os acordos quando Costa for empossado pelo Presidente, ou então argumentam que os acordos ainda não estão fechados mas, ora essa!, já são suficientes para darmos o salto em frente! E o mais cómico é que Costa ainda nem sequer conseguiu juntar os três partidos para uma reunião e foto coletiva. Quer este homem chegar a São Bento sem um acordo a três (PS, PCP e Bloco) e sem uma única cerimónia que junte a esquerda unida? Então o "momento histórico" da esquerda nem sequer contempla um aperto de mão entre Costa, Jerónimo e Martins? Tudo isto seria cómico se não fosse grave. Costa está a trocar uma regra do regime que garante a cordialidade democrática entre PS e PSD/CDS por um pseudo-acordo com as esquerdas. Um homem que faz isto já não acredita em nada.
Agora resta saber se o PS ainda acredita em alguma coisa. Este partido nada fez contra Sócrates, deixou-se enredar pela lealdade canina e foi ao fundo com aquela pedra amarrada ao tornozelo. Agora volta1nos a viver uma hora decisiva para o PS. Será que os socialistas seguirão de novo a estratégia imoral de outro secretário-geral que nada deve à tal ética republicana? No fundo, importa saber se há vida decente no Largo do Rato? A dúvida é mais do que legítima e carece de resposta breve. E, se essa resposta for novamente negativa, não devemos ter piedade do destino do PS.»
«António Costa, o homem que já acreditou em alguma coisa», Henrique Raposo no Expresso
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