É muito duvidoso que as conversações sobre a Transatlantic Trade and Investment Partnership (TTIP) entre os EU e a União Europeia que recomeçaram a semana passada em Miami venham a mostrar progressos significativos, os quais ainda não se verificaram depois de dois anos.
Nestas negociações estão menos em causa reduções dos direitos aduaneiros, apesar de também não ter havido progressos nesta matéria. Desta vez, as principais diferenças referem-se a concursos públicos, serviços financeiros, rotulagem de produtos alimentares e outras áreas «intangíveis».
Ao contrário do que aconteceu com a Trans-Pacific Partnership, envolvendo os EU e onze outros países da Ásia e da América Latina (não, não são os do corporativismo subtropical - a Venezuela, a Argentina e o Brasil – são o México, a Colômbia, o Chile e o Peru), a TTIP está a ter forte oposição dos interesses estabelecidos e da opinião pública europeia, sobretudo na Alemanha (manif de 150 mil em Berlim) e na Áustria.
É lamentável porque os benefícios potenciais da TTIP seriam significativos. O problema é que a antecipação desses benefícios é contra-intuitiva. Para a maioria das pessoas é muito difícil compreender que do derrube de barreiras ao comércio internacional possam resultar benefícios líquidos gerais e ainda para mais devido à intoxicação por anos de propaganda proteccionista dos grupos económicos e sociais que serão prejudicados – sim, é claro que há sempre alguém que perde com a concorrência.
É mais um exemplo de corporativismo.
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