26/10/2015

ACREDITE SE QUISER: Epifanias expressas

Na Revista do Expresso de há duas semanas, Clara Ferreira Alves, a Pluma Caprichosa, teve uma epifania e considerou o PS moribundo e Costa derrotado e interrogou-se se «temos um Costa como um ponta de lança da esquerda radical europeia, um revolucionário que vai vingar as derrotas ideológicas e as derrotas eleitorais desta malta».

Umas páginas mais à frente na mesma Revista, Ricardo Costa, o director do Expresso, por coincidência meio-irmão do outro Costa, ou por coincidência vice-versa, escreve uma peça relativamente objectiva e neutral sobre Pedro Passos Coelho, peça que não será um exemplo de epifania pelas razões que já expliquei sobejamente.

No meio da peça de Ricardo Costa há uma entrevista do «marqueteiro» brasileiro do PSD que a certa altura também refere que teve uma epifania: «Sabe, teve muita gente que fez brincadeira de dizer "os nossos brasileiros são melhores do que os deles". Mas eu acho que ganhámos porque os nossos portugueses são melhores do que os deles.»

Na sua coluna habitual de sábado passado, Miguel Sousa Tavares, o tudólogo mais citado aqui no (Im)pertinências, teve também uma epifania e referiu-se respeitosamente a Cavaco Silva, a quem em tempos chamou «palhaço», cumprimentou-o pela sua comunicação, antecipando que não dará posse a um governo de esquerda que Costa lhe apresente, desancou Costa, comunistas e berloquistas e até acharia preferível um acordo do PS com a coligação, cujos programas estão mais próximos.

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