Já em várias ocasiões salientei a esquizofrenia que nos leva (ou pelo menos leva os mídia portugueses) à obsessiva procura de patrícios em lugares de destaque para mitigar os nossos complexos de inferioridade. Frequentemente os patrícios encontrados ou não são patrícios, por terem nascido noutras paragens, ou são reconhecidos no bairro onde vivem o que para nós faz deles personagens galácticas.
E no entanto, há uma actividade em que os portugueses, não um ou dois, mas centenas, estão no topo e são considerados competitivos a nível mundial, apesar disso não ser reconhecido pelo pretensiosismo e pela bem-pensância. Refiro-me ao futebol onde num meio altamente competitivo temos centenas de patrícios que são referência na sua profissão e não apenas os jogadores.
Quanto se babariam os profissionais tugas da literatura, da engenharia civil, da física das partículas, da pintura, do bailado, ou da gestão, se uma revista online internacional como a Politico publicasse a seu respeito na edição europeia uma peça com o título «Portugal’s army of ‘special ones’ - It has more Champions League coaches than any other country» e este texto?
será porque na bola o julgamento dos artistas ainda é feito pelas"massas", apesar de algum patrocinio jornaleiro, e não pelas "elites" estabelecidas que manuseiam as outras atividades?
ResponderEliminarneves