Destaco de entre as propostas do PSOE, que reconheço têm a coerência do caminho para a “Europa Federal” (ainda que esse grande salto em frente, ou para o abismo, já não seja viável por falta de suporte dos eleitorados), a uniformização do salário mínimo, sobre a qual publiquei em tempos um post o qual no essencial continua aplicável mutatis mutandis, apesar de a pretexto de uma situação interna. Aqui vai ele.
O governo com a sua pequena jogada promocional colocou na ordem do dia a questão do salário mínimo e não foi preciso mais para se levantar um enorme clamor comparando o actual com o de 1974, tentando demonstrar que as «conquistas de Abril» estariam a ser atacadas pelo governo «neoliberal» ou comparando-o com os salários mínimos na Óropa.
Quanto à primeira comparação, o Pertinente já aqui mostrou fazer mais sentido comparar os salários actuais com os dos períodos anteriores de intervenção do FMI, e constatar que o salário mínimo actual é mais alto, em termos reais.
Quanto à segunda comparação, se o jornalismo de causas não fosse, mais uma vez, tão incompetente, não faria tais comparações. Ao fazê-las, sem se dar conta, está a fundamentar uma redução do salário mínimo. Exemplo: quando o Expresso publica este diagrama (+) mostrando que o salário mínimo português era de 86,1% da média europeia e desceu para 83,2% em 2009, arrisca a que alguém publique um diagrama comparando a produtividade portuguesa com a média europeia, como o abaixo.
Fonte: Labour productivity per hour worked (Eurostat) |
(+) Link do Expresso actualmente não disponível
(*) Valores de 2012
52,6 x SM da UE=
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