Outros purgatórios a caminho dos infernos.
Como se não fosse suficiente a Grécia ter-se mostrado desde sempre um membro da UE irresponsável e inconfiável, governado por cliques clientelares e corruptas, como se não fosse suficiente o governo grego em exercício ter-se revelado irresponsável, inconfiável, errático e chantagista, já se desconfiava, mas parece ter-se confirmado agora que o seu amor pela UE e o seu desvelo pelo euro se devem essencialmente à recusa do czar Vladimir Putin, para quem uma Grécia desgovernada pelo Syriza é mais útil dentro da UE para a boicotar do que fora dela, de emprestar os 10 mil milhões de dólares que Tsipras considerava necessários como reserva mínima para suportar o abandono do euro e adopção da dracma. É caso para dizer que Tsipras foi buscar lã a Moscovo e saiu tosquiado.
Tsipras saiu tosquiado e a eurocracia deveria ter saído esclarecida sobre a inviabilidade, não só de a Grécia permanecer na Zona Euro (isso é quase só uma questão técnica), de um país com este registo integrar uma união económica, social e política que já padece de problemas suficientes dos países «normais» e a última coisa que precisa é de um estado falhado no seu seio - a não ser se o seio fosse um par de mamas para saciar o apetite de Atenas.
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