Há opiniões para tudo. Há quem pense ser possível a Grécia empurrar o problema com a barriga para a frente até ao Inverno e esperar por um terceiro resgate. Há quem proponha a adopção pela Grécia de um Limited Purpose Banking seguido de default.
Há quem explique que enquanto os gregos mostram o seu apego aos euros retirando-os dos bancos gregos e aplicando-os no estrangeiro (ou metendo-os no colchão), os bancos gregos pedem liquidez ao BCE via Banco Central da Grécia e quando a Grécia entrar em default e sair do euro o Banco Central entra em falência e os prejuízos são suportados pelo BCE e os outros bancos centrais nacionais, resultado muito conveniente para o governo grego poupar o eleitorado e minimizar o impacto da saída do euro.
É bem possível – ainda anteontem o BCE aumentou em 2,3 mil milhões de euros a Assistência de Liquidez de Emergência à Grécia tendo elevado para 83 mil milhões o limite máximo de cedência de liquidez à banca grega.
Até que ponto
Pela minha parte tendo a concordar com Joaquim Aguiar que escreveu no Negócios que «a Grécia é um Estado falhado, a evoluir para o estatuto de Estado pária, porque nem sequer tem capacidade para formular soluções para os problemas que gerou no seu interior. É um Estado e uma democracia que só existem se for à custa dos outros.»
E, diferentemente do que habitual, desta vez também tendo a concordar com o Guardian, um jornal britânico inclinado para a esquerda, que descreve desta forma pitoresca o afastamento do FMI:
«You’ve got to ask yourself one question. Do I feel lucky? Well, do ya, punk?” The lines spoken by Clint Eastwood in Dirty Harry sprang to mind when the International Monetary Fund (IMF) announced that it had called its Greek negotiating team home from talks in Brussels.»
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