Outras marteladas.
Multiplicam-se os sinais de que as injecções maciças de liquidez pelos bancos centrais, nomeadamente a Fed, o BoE, o BoJ e agora o BCE, estão, entre outros efeitos colaterais, a inchar as bolhas dos mercados imobiliários e de capitais, como já aqui, aqui e aqui referi.
Segundo dados citados pelo Financial Times, globalmente o mercado imobiliário gerou uma rentabilidade de quase 10% no ano passado – a mais alta desde 2007 e a crescer pelo 5.º ano consecutivo - devido à rápida valorização dos imóveis e apesar do rendimento proveniente dos arrendamentos nos EU ser hoje o mais baixo desde 2008. O principal facto de valorização são os yields «excepcionalmente baixos» das obrigações (guess why) que tornam mais atractivo o investimento imobiliário.
Um investidor citado pelo FT, que poderia ser um La Palice das finanças, refere que «people are moving up the risk curve into riskier locations and taking on higher levels of debt and more challenging development activity». Faltou-lhe acrescentar que este «moving up the risk curve» foi exactamente o que antecedeu a crise de 2008, apenas com a diferença que a injecção de liquidez maciça passou da poupança chinesa para os bancos centrais, o que não deve alterar significativamente o desfecho.
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