«Tsipras diz que Grécia tem "obrigação histórica e moral" de reclamar indemnizações à Alemanha», titulou o Expresso.
«Um tropo obrigatório desta esquerda neo-romântica é o pagamento da dívida de guerra da Alemanha, que a Inglaterra e a América indexaram ao aumento de exportações da República Federal. O exemplo não serve. Em primeiro lugar, o exército americano e o exército inglês ocupavam a Alemanha e queriam o apoio dela para resistir à expansão soviética que, naquele tempo, parecia ameaçar a Europa. Em segundo lugar, a Alemanha estava fisicamente arrasada pelos bombardeamentos de 1943-45 e o Ocidente não tinha dinheiro para a reconstruir e a alimentar: esquecer a dívida de guerra era do seu interesse (e, ao mesmo tempo, um bom passo político). Já a América não perdoou um tostão da dívida da Inglaterra, que pontualmente a pagou. As pessoas crescidas sabem disto. E a sra. Merkel também. Por isso avisou que não receberia Tsipras (para não aturar a mistura de chantagem e choradeiras com que ele anda por aí a maçar o mundo) e mandou o ministro das Finanças comunicar ao jovem que, para ele, não estava em casa.»
Escreveu Vasco Pulido Valente no Público
Aditamento:
«Mesmo após a Conferência sobre as dívidas da Alemanha organizada em 1953 que veio rever (e atenuar) os termos do pagamento das sanções aplicadas nas Conferências de Paris, após o fim da II Guerra Mundial, a Alemanha pagou até aos anos 60 mais 115 milhões de marcos às vítimas dos nazis na Grécia e enviou maquinaria pesada para restituir o setor produtivo do país. No entanto, Tsipras defende, tal como vários economistas gregos apuraram no relatório para Samaras, que a dívida atual se situa em 162 mil milhões de euros – 108 mil milhões devido às infraestruturas destruídas e 54 mil milhões dizem respeito ao ouro e dinheiro retirado dos bancos gregos durante a ocupação.» (Observador)
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