Tardou mas não faltou. Seria a primeira vez na história que um governo “revolucionário” perante o falhanço das suas políticas e as respectivas consequências não inventaria um inimigo externo a quem culpar pelas desgraças que irão desabar sobre as suas cabeças e, pior do que tudo, sobre as cabeças de quem os elegeu ou simplesmente assistiu à sua chegada ao poder.
Na história recente quem mais vezes e melhor tem feito esse papel são os Estados Unidos, também por vezes conhecido por o Império do Mal – dependendo o inquilino da Casa Branca. Para citar exemplos nas últimas décadas de governos de regimes “revolucionários” que usaram este expediente: Cuba, Coreia do Norte, Irão, Nicarágua, Venezuela, Bolívia. Apesar de tudo, tomar os EU como um inimigo externo revela megalomania e alguma grandeza.
No caso da coligação Tsipras-Amel que desgoverna a Grécia o melhor inimigo externo que ‘o’ Alexis conseguiu inventar foi, imagine-se, os governos de Portugal e da Espanha que, segundo, a sua mente criativa formaram um «eixo contra Atenas». Leiam-se as suas palavras homéricas:
«Encontramo-nos numa situação em que um eixo de poderes, liderado pelos Governos de Espanha e Portugal, tentaram conduzir as negociações para o abismo, por motivos políticos óbvios.
O plano era – e continua a ser – o de provocar desgaste e derrubar o nosso Governo ou forçar-nos a uma rendição incondicional, antes que o nosso trabalho começasse a dar fruto e antes que o nosso exemplo afectasse outros países.»
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