Há mais de 3 anos comecei a usar o título «Presunção de inocência ou presunção de culpa?» para uma série de posts sobre as trapalhadas de várias figuras do regime com especial destaque para José Sócrates. Com este título queria significar que chega a uma altura em que se pode dar na percepção das pessoas, incluindo e sobretudo das pessoas que não estão enfeudadas à doutrina Somoza, uma espécie de inversão do ónus da prova. A partir de então, com a acumulação de casos, as justificações esfarrapadas e a vitimização manipuladora do suspeito já se espera que seja ele a demonstrar a sua inocência.
Se há alguém que tenha há muito passado essa fronteira é José Sócrates. Daí que vão aumentando os convertidos à presunção de culpa, por vezes vários anos depois dos factos conhecidos os quais, só por si, justificariam há mais tempo essa mudança de perspectiva.
É o caso de José António Saraiva (JAS), antigo director do Expresso e actual do SOL, que durante anos manteve uma opinião benigna sobre José Sócrates até ao momento em que foi objecto de chantagem por Armando Vara em Fevereiro de 2009, como na época aqui se registou no (Im)pertinências.
Aqui vai o editorial de JAS no SOL de hoje, com a devida vénia.
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