Por se tratar de «um dos escolhidos de António Costa para o seu núcleo duro, a quem o secretário-geral dará ouvidos em matérias de economia e finanças públicas», comentei há dias o seguinte juízo do economista Rocha Andrade: «a continuar no ritmo que o Governo imprimiu à dívida pública e ao PIB, a reestruturação passará a ser uma inevitabilidade».
Como então escrevi, o escolhido de Costa disse numa curta frase duas mentiras/ignorâncias e anunciou um desastre. Os comentários que fiz, porém, não evidenciaram directamente, como alguns leitores assinalaram, certos aspectos: nomeadamente o peso da dívida resultante do resgate do qual o governo socialista foi responsável e o reescalonamento das maturidades levado a efeito paulatinamente por este governo. Vou servir-me de dois gráficos (slides 66 e 67) da apresentação «Portugal: The Way Forward» de Setembro do IGCP.
O primeiro gráfico mostra claramente que a dívida pública «ordinária» não só não aumentou como diminui significativamente. A componente que aumentou, como não podia deixar de ser, foram os empréstimos da troika ao abrigo do PAEF (a azul claro com a legenda EU/IMF).
O segundo gráfico mostra com igual clareza o perfil da dívida antes (metade esquerda do gráfico) da renegociação das maturidades e depois (metade direita).
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