26/10/2014

Pro memoria (204) – A avaliação da «obra feita» segundo a doutrina Somoza

Imaginemos como seria venerado um Barroso no final de dois 2 mandatos como presidente da CE, durante os quais a União se alargou de 15 para 28 membros e atravessou a maior crise depois da II Guerra Mundial, se esse Barroso fosse um destacado membro do Partido Socialista. (*)

Imaginemos como seria vilipendiado um Costa, candidato a primeiro-ministro, depois de dois mandatos como presidente da CML durante os quais manteve um aparelho paquidérmico com quase dez mil trabalhadores - proporcionalmente mais do dobro de Madrid ou Barcelona -, uma dívida pletórica apesar da injecção de 286 milhões - proporcionalmente 80% mais do que a dívida do Porto - e realizou uns arremedos de reformas, nomeadamente a extinção do departamento de obras de infra-estrutura e saneamento da CML responsável pela manutenção preventiva dos colectores, com os resultados conhecidos, …


e a transferência de 850 trabalhadores da limpeza para as juntas de freguesia, com os resultados igualmente conhecidos…


… se esse Costa fosse um destacado membro do PSD.

[Doutrina Somoza: ver o Glossário]

(*) Em tempo: no dia seguinte a ter escrito este post, João Carlos Espada, que não é de todo um apparatchik ao serviço de uma causa ou de um partido, escreveu um artigo de opinião «Parabéns, Durão Barroso», no Público, onde trata com independência e objectividade «um dos mais intrigantes fenómenos da atmosfera política e cultural nacional é a indiferença, quando não a aberta hostilidade, da nossa opinião publicada relativamente à presidência da Comissão Europeia pelo cidadão português José Manuel Durão Barroso

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