Embora o Revista do Expresso a qualifique como entrevista, em rigor trata-se de um debate entre uma jornalista completamente ignorante (*) do sistema bancário e Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI, provavelmente o banco com melhor saúde a operar em Portugal, a par do Santander Totta (declaração de interesse: são os dois bancos em que tenho contas há muitos anos).
Do princípio ao fim, a jornalista mais cosmopolita de Paço de Arcos, também conhecida como Pluma Caprichosa, título da coluna da Revista que alimenta com o relato das suas excursões aos sítios mais recônditos da terra, debita recorrentemente a sua agenda bancária e em particular a sua agenda para o caso BES, introduzindo cada questão com a própria opinião. Insatisfeita com a resposta, insiste na questão seguinte com prolegómenos da sua ciência bancária e leva até ao limite a pachorra de Ulrich. Ela está contra serem os bancos a pagar o bail out do BES pelo Fundo de Resolução, ela está contra serem os contribuintes a pagar, ela está contra quem quer que seja a pagar, salvo uma entidade mítica chamada Europa.
Se houvesse jornalismo profissional e independente em Portugal, esta peça seria acrescentada à lista de cases study sobre como não fazer entrevistas, de que já faz parte a entrevista promocional pela mesma plumitiva a José Sócrates - ver série de posts «Autópsia de uma entrevista do «chefe democrático que a direita sempre quis ter».
(*) O que diriam estes jornalistas que praticam a tudologia se Camilo Lourenço, ou outro jornalista qualificado nestes temas, fizesse uma entrevista a Philip Roth recheada de considerações ignorantes sobre a literatura americana moderna?
Nem mais. Não sei o que esta mulher tem mais - se arrogância ou ignorância.
ResponderEliminarJEM