Durante os seus dois mandatos como bastonário dos advogados, Marinho e Pinto foi um paladino a dedurar os interesses instalados – ou melhor os interesses instalados de que ele não gostava, porque os outros foi poupando. Aproveitando a exposição mediática que o cargo lhe proporcionou, colocou-se a cavalo do MPT - Partido da Terra, um pequeno partido quase sem expressão eleitoral com 23 mil votos nas legislativas de 2011, multiplicados por 10 para 235 mil nas europeias de 2014. Um partido cujo programa nada tem a ver com as posições públicas de Marinho Pinto, servindo como barriga de aluguer das suas ambições – ou o contrário se quiserem.
No próprio dia das eleições, Marinho e Pinto, alcandorado no indesmentível sucesso eleitoral, informa-nos que ainda não decidiu uma futura candidatura a deputado... na Assembleia de República. É um atestado de integridade da criatura.
Na semana seguinte, ofereceu-se ao grupo parlamentar europeu Verdes, com quem de facto o MPT parece ter algumas afinidades – o que não se pode dizer do próprio Marinho Pinto. Foi recusado por suposta homofobia, por não concordar com o casamento gay, o que, neste caso, é um atestado à cretinice dos Verdes.
Não perdeu tempo e nos últimos dias ofereceu-se aos Liberais, um grupo com o qual Marinho e Pinto ainda tem menos afinidades, se isso for possível, do que com os Verdes.
E assim temos mais um exemplo de autoproclamada superioridade moral que, caída a máscara, mostra oportunismo puro e duro e ausência de princípios.
A coisa roça a venalidade...
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