Se por cá António José Seguro, um líder a prazo acossado por socratistas e soaristas, não tem boas notícias, de França, a sua grande esperança, as notícias não são melhores. À croissance, seguiu-se a solidarité, a esta o redressement, e por fim o Programme de stabilité com 50 mil milhões de euros de cortes proposto por Manuel Valls foi ontem aprovado na assembleia nacional francesa pela maioria socialista, com a particularidade do voto contra da UMP, o maior partido do centro direita. Veja-se a infografia do Libération.
É uma espécie de Portugal ao invés, o que demonstra estar o emagrecimento do Estado pletórico (e o francês é ainda mais gordo do que o português) a ser imposto mais pela sua insustentabilidade do que por opções ideológicas ou programáticas. Se e quando Seguro, ou o seu sucessor ganharem as próximas eleições, o PS vai engolir toda a conversa fiada que anda a impingir aos ignaros e fará aproximadamente o mesmo que o governo PSD-CDS, provavelmente com piores resultados - por várias razões, desde a falta de convicção às concessões às clientelas internas, e ao previsível coro do protesto dos jarretas atacados de irremediável esquerdismo senil.
Como se fosse pouco, Seguro teve mais um desgosto ao ouvir Martin Schulz, candidato do Partido Socialista Europeu à presidência da Comissão Europeia, a dizer que o PS não deve fazer promessas que sabe não poder cumprir, como a mutualização do seguro de desemprego ou os eurobonds.
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