O ano passado, por esta altura, escrevi aqui que o Tribunal Constitucional (TC) fazia o papel do executivo, o executivo fazia o papel de apresentador dos estudos do FMI e o presidente da República fazia o papel do TC produzindo um documento com 29 páginas, que se recusou a divulgar publicamente (estaria em segredo de justiça?), onde explicou ao TC o que este deve acordar.
Durante todo o resto do ano o país continuou, como habitualmente, contaminado pela síndrome do lugar do outro e, com as eleições autárquicas, uma fornada de novos vereadores ficaram habilitados a mostrar vocações para secretários de estado, ministros, primeiros-ministros e até presidentes de repúblicas. Foi o caso, no princípio da semana passada, de Rui Moreira que desafiou Bruxelas e no fim da semana já «exige entrar na negociação de fundos comunitários».
Tudo indica que o presidente da câmara do Porto está com dificuldades em compatibilizar o seu pletórico ego com a modéstia do lugar. Vamos certamente continuar a ouvir a criatura a falar em bicos de pés para as câmaras de eco mediáticas tentando, eventualmente, fazer parte da legião de proto candidatos a PR, lugar para o qual há tantos pretendentes que poderíamos chamar-lhe lugar-comum – releia-se, a propósito o post do Impertinente «A atracção por Belém - a lista dos que não se excluem não pára de crescer».
[Novo termo a adicionar ao Glossário das Impertinências: lugar-comum]
Uma análise em cheio!
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